Pages

domingo, 16 de novembro de 2014

A subjetividade da alma parida na pele.

       Não escolhemos nossos olhos. Não escolhemos nossa cor. Não escolhemos  nossos corpos.
       De modo aleatório os seres humanos vêm ao mundo. Podemos ter uma ideia baseada na heranca genética de como serão as pessoas, mas nem sempre a biologia pode ser matematizada.
       Nos processos de crescimento e construcão da consciência, descobrimos que a nossa essência tem uma dimensão muito maior e complexa do que a nossa medida física e que dificilmente seremos capazes de nos expressar em nossa totalidade corpo e alma.
       Num mundo atemporal e universalmente definido pelo que se  vê e não pelo que se sente, os seres humanos têm a necessidade de atestar sua identidade, não somente para os outros, como também para si mesmo. A manifestacão da nossa realidade interior se dá pelo viés artístico e suas inúmeras possibilidades de linguagem.
       Uma forma atual e disseminada de expressar a si mesmo é a tatuagem. Ainda que ela carregue a sombra de sua origem marginalizada pela sociedade, e ainda seja muito discriminada na contemporaneidade, a tatuagem possibilita que a subjetividade seja tocada, de dentro para fora, parida na própria pele.